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O câncer de endométrio é a neoplasia maligna ginecológica mais comum em países desenvolvidos. De acordo com as estimativas da American Cancer Society, ocorreram  61.380 novos casos de câncer de corpos uterinos e 10.920 mortes em 2017.

O câncer de endométrio usualmente ocorre em mulheres na pós menopausa (média de idade de 60 anos), 25% são diagnosticados em mulheres na pré- menopausa e 5% a 10% em mulheres com idade abaixo de 40 anos .

Aproximadamente 90% dos casos são esporádicos e cerca de 10% dos casos de câncer de endométrio têm um componente hereditário . As chances de desenvolver câncer de endométrio é cerca de 10 vezes maior em portadores da síndrome HNPCC (câncer colorretal hereditário não polipóide).

A distribuição dos estádios ao diagnóstico (dados do SEER dos Estados Unidos) são: estadio I (72%); estadio II (12%); stage II (13%), e estadio IV(3%) (American College of Obstetricians and Gynecologists-ACOG 2005). A taxa de sobrevida em 5 anos na neoplasia de endométrio localizada, regional e metastática é de 95%, 67%, e 23%, respectivamente.

O modelo de carcinogênese dualístico é o mais aceito atualmente sendo baseado nas diferenças morfológicas e genéticas, classificando o câncer do endométrio em duas categorias: tipo1 e o tipo 2.

Os fatores de risco para o desenvolvimento de neoplasia de endométrio tipo1 (adenocarcinoma do tipo endométrioide):  menopausa tardia,  menarca precoce,  uso de estrógeno sem antagonismo de progesterona,  obesidade,  diabetes,  síndrome dos ovários policísticos,  nuliparidade e o uso de tamoxifeno .

O tipo-1 representa a maioria dos casos esporádicos, correspondendo a 70-80% dos casos novos. Essas neoplasias são do tipo endometrióide e estão primariamente associados a uma estimulação estrogênica. As alterações genéticas moleculares iniciais mais freqüentes são mutações do gene supressor tumoral PTEN, do oncogene K-ras e instabilidade dos microssatélites. Apresentam características menos agressivas, originam-se das glândulas hiperplásicas e comumente expressam receptores de estrógeno e progesterona.

As neoplasias endometriais do tipo-2 ocorrem em mulheres um pouco mais velhas (5-10 anos) e geralmente são mais agressivas originando-se do endométrio atrófico, sendo as mutações do p53 e HER-2 as mais frequentes.

O manejo da neoplasia endometrial mudou significativamente nos últimos anos. A cirurgia primária consta de histerectomia com anexectomia bilateral associado a avaliação cirúrgica dos linfonodos para estadiamento,  podendo ser a pesquisa do linfonodo sentinela ou linfadenectomia sistemática pélvica e retroperitoneal a depender dos achados dos exames de imagem de estadiamento pré cirurgico . Esse procedimento tem sido realizado por técnicas minimamente invasivas podendo ser por laparoscopia ou robótica.

O tratamento adjuvante baseia-se em quimioterapia e /ou radioterapia a depender dos resultados anatomopatológicos, principalmente em relação ao tipo histológico, presença de comprometimento linfonodal, comprometimento de anexos, profundidade da infiltração miometrial e comprometimento angiolinfático.

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